UNIVERSIDADES DA TERCEIRA IDADE
O aumento da população idosa e consequente aumento da esperança média de vida, tem sido foco de interesse e de reflexão por quase todos os países do Mundo, em particular os Europeus, na medida em que é responsabilidade de todos implementar "medidas" para que o último ciclo da vida do Homem seja vivido de forma plena.
Em 1996, "Ano Europeu da Educação e da Formação ao Longo da Vida", decidiu-se " [...] criar condições que permitam a todos os cidadãos ter acesso ao saber ao longo da vida [...] (Rens, 1996, p.1 cit. por Rodrigues, 2012 p.13).
"Ainda de acordo com Rodrigues (2012 p.15) " a aprendizagem ao longo da vida surge da reflexão sobre a educação ao longo da vida e deve constituir um direito de todas as pessoas, independentemente das sua idade, habilitações, origem étnica, percurso profissional, entre outras, à aquisição de saberes e competências que lhe permitam participar na construção do seu desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando-lhes instrumentos para a compreensão das mudanças numa sociedade em rápida evolução, instrumentos para identificar os seus interesses e direitos e desenvolvimento de capacidades para intervir e agir adequadamente".
A 1ª Universidade da Terceira Idade em Portugal data de 1978, e até hoje a criação destes espaços privilegiados de formação para adultos idosos não tem parado, são já neste momento 210, espalhadas por todo o país. Estas Instituições constituem uma aposta de grande valor para a promoção do envelhecimento ativo.
As Universidades da Terceira Idade tentam responder aos interesses e necessidades dos adultos e por isso a sua oferta de áreas/disciplinas é muito diversificada. O seu objetivo é estimular a atualização do conhecimento, a troca de experiências, o convívio social e o pleno exercício de cidadania dos
idosos.
Segundo Monteiro & Neto (2008, p.52) as Universidades da Terceira Idade representam uma estratégia preventiva de solidão ao criar espaços para o lazer e convívio. Concomitantemente, promovem um envelhecimento bem sucedido, isto é, saudável e produtivo, ao diminuir os traumas que, por vezes, acometem as pessoas que não aprendem a lidar adequadamente com os passar dos anos. Promovem de igual forma, a consciencialização e um maior controlo do seu conhecimento e dos seus pensamentos, assim como uma maior consciencialização social e emancipadora, pois desenvolvem competências para a cidadania (Rodrigues, 2012 p. 32).
"Estudos nacionais e internacionais evidenciam que as Universidades de Terceira Idade e Academias para além de serem um projeto educativo e formativo, são também um projeto social e de saúde, na medida em que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas, ajudando a prevenir o isolamento e a exclusão social" (Jacob, 2005, Silva, 2006, Irigararay e Schneider, 2007, Monteiro e Neto, 2008, Veloso, 2011 cit por Durão et al 2012).
Segundo ONU (2002, p. 1-2) "as potencialidades das pessoas idosas são uma base sólida de desenvolvimento futuro, permitindo que a sociedade conte cada vez mais com as competências, experiência e sabedoria dos idosos para que se aperfeiçoem por iniciativa própria e contribuam ativamente para o aperfeiçoamento da sociedade em geral" (Rodrigues, 2012).
Dulce Pereira Correia
Bibliografia
DURÃO, João, Durão Manuela, Congresso Internacional do Envelhecimento/Universidade de Évora, 2012.
RODRIGUES, Rui, Avelar, Universidades da terceira Idade,: Duas décadas de intervenção em Portugal, Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Educação de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, 2012