Envelhecimento Psicomotor
Ao longo de todas as fases da vida, a idade marca a passagem do tempo, que é expressa através do corpo. Socialmente, o envelhecimento é um processo marcado pelo desgaste, limitações, perdas físicas e de papéis sociais (Menezes, et al, 2009 cit. por Falcão, 2011).
Muitas das alterações que ocorrem durante o processo de envelhecimento do ser humano, acontecem no cérebro, contudo, é através do corpo e da forma como este se comporta, que as mesmas são identificadas (Damásio, 2005, cit. por Falcão, 2011).
Segundo Fonseca, 1998, "A velhice envolve um processo fisiológico, senescência e, um processo metabólico, senilidade, inscrito no "pool" genético peculiar de cada indivíduo". Ou seja, o envelhecimento é um processo que ocorre em todos os organismo vivos e, que acontece a vários níveis, físico, psicológico e social, contudo, a carga genética que herdamos dos nossos antepassados, tem uma influencia muito significativa. Também o ritmo de envelhecimento no nosso organismo é diferenciado, pelo que os efeitos do envelhecimento sobre os órgãos e sistemas não acontece ao mesmo tempo.
Durante o percurso de vida dos sereshumanos, podemos definir três fases, a fase do crescimento, associada à infância e adolescência, em que acontece o crescimento de órgãos funcionais e desenvolvimento de capacidades físicas e mentais. Numa segunda fase, denominada reprodutiva, pressupõe-se que esse crescimento e desenvolvimento já tenha atingido o seu máximo e, ai o ser humano (idade adulta) estará capacitado para aplicar as competências físicas e mentais que desenvolveu na fase anterior, permitindo-lhe a sobrevivência e perpetuar a espécie. Por último, temos a fase da senescência, em que acontece uma involução de todo o desenvolvimento até ai atingido, traduzindo-se por , a autoestima e sequência de declínios, a vários níveis. Esta fase, coincide na grande maioria dos casos, com a fase da velhice.
Segundo Fonseca (2001), "os idosos seguem um processo de envelhecimento psicomotor", a que ele chama de "retrogénese psicomotora". E de acordo com Themudo & Santa Clara, 2007 (cit. por Falcão, 2011), "as alterações psicomotoras do processo de envelhecimento encontram-se relacionadas com limitações ao nível da força, da resistência, da flexibilidade, da velocidade e ainda da amplitude de movimentos. Sendo importante manter o equilíbrio, a coordenação de movimentos e a destreza. Somando a estas alterações psicomotoras, "verifica-se também um redução das suas capacidade cognitivas que se relacionam com o tratamento da informação. A capacidade de concentração é afetada, bem como o processo de seleção e programação da resposta motora" (Aubert &
Albaret, 2001 cit. por Falcão, 2011).
Segundo, Nobrega et al, 1999 (cit. por Silva et al, 2012), "outro fator que agrava o processo de envelhecimento é o aparelho cardiovascular que também sofre diminuição da sua capacidade, ocasionando várias patologias decorrentes dessa situação. Constata-se que com o passar do tempo a nossa aparência sofre modificações ocorridas devido às mudanças físicas, tais como: ganho de peso, perda de massa muscular, perda de estatura e modificações posturais".
Segundo Geis, (2003), diante de todas as inevitáveis alteraçõesdurante o processo de envelhecimento, a realização de algum tipo atividade física é fundamental, seja como forma de prevenção (da gravidade e da velocidade a que ocorrem determinadas alterações), seja como forma de manutenção.
Ainda segundo Okuma (1998) a atividade física é essencial par ampliar o conhecimento do corpo, especialmente no caso dos idosos, entre outros benefícios, o de reconhecer os limites e especificidades do corpo envelhecido.
Dulce Pereira Correia
Bibliografia
Okuma, S. (1998) O idoso e a Atividada Física: Fundamnetos e pesquisa, Campinas: Papirus
Falcão, S. (2011).Autonomia e Movimento Corpo do Idoso, Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana.
Fonseca, V. (1996) ,Psicomotricidade. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes.
Fonseca, V. (2001), Gerontopsicomotricidade: Uma Abordagem ao Conceito da Retrogénese Psicomotora. (Eds) Fonseca & R.Martins, Progressos em Psicomotricidade. p-177. Lisboa.
Geis, P. P, 2003, Atividade Física eSaúde na terceira idade: teoria e prática, Artmed Editora, p.21.
Silva, F.; Martins, L.; Mendes, C.(2012), Benefícios da Dança na Terceira Idade, Artigo apresentado no IV Seminário de Pesquisas, Faculdade União Goyazes, Brasil.