O Idoso no mercado de trabalho
De acordo com as mudanças estruturais ao nível da dinâmica da população, em termos mundiais, será obrigatório proceder a transformações sociais. É preciso inovar na forma de manter ocupada uma população cada vez mais envelhecida e com uma esperança média de vida acima dos 65 anos bastante elevada, através de iniciativas públicas e privadas, para dar resposta aos novos desafios e ao perfil das necessidades dos mais idosos e de sustentabilidade dos sistemas e mecanismos formais e informais, nacionais e locais de proteção social, para que essa classe etária tenha maior qualidade de vida e consequentemente um menor grau de dependência, o que se repercutirá em ganhos para todos.
Como refere Sousa (2009),"A promoção do envelhecimento ativo é uma ação incontornável do poder político para fazer face aos desafios colocados pela evolução demográfica. Nesse sentido, procurar conciliar e alterar as mentalidades dos trabalhadores e empregadores, promover e apoiar a formação ao longo da vida, melhorar as condições do trabalho e incentivar os trabalhadores a ter carreiras mais longas".
Segundo, Sibila Marques (2011), "Existem algumas vantagens para as empresas reterem mão de obra com mais idade. Em primeiro lugar, a taxa de mudança de emprego dos trabalhadores mais jovens tende a ser mais elevada do que a dos trabalhadores mais velhos, que se mantêm por mais tempo fiéis à empresa. Por outro lado os trabalhadores mais velhos, por serem mais experientes, podem criar novas oportunidades para a empresa".
Viver deveria ser até ao último e derradeiro olhar - transformar-se. O fluxo de dias, anos e décadas serve para crescer e acumular, não só perder e limitar, somos ser humanos (Luft, 2003, cit. por Nascimento 2006).
Face ao exposto, com o aumento daexpetativa de vida do ser humano é necessário pensar na qualidade de vida dosanos que sobrevieram. Contudo, palas caraterísticas da sociedade em que vivemoscom um ritmo de vida cada vez mais rápido promovido pelos avanços tecnológicos, o idoso é muitas vezes visto como incapaz, improdutivo e dependente.
Segundo Giatti e Barreto, 2003, referem que diversos estudos têm demonstrado que as pessoas que trabalham apresentam melhores condições de saúde. Ainda para Lopes, 2000, o trabalho é um dos fatores mais significativos na conquista da qualidade de vida para os seres humanos. Quando associado à ideia de satisfação e realização pessoal, amplia as possibilidades de uma sobrevida saudável e digna e, preserva sobretudo, o papel social do indivíduo no meio onde se encontra inserido.
Para Néri (2000), o processo de envelhecimento ocorre diferentemente para as pessoas dependendo do seu ritmo e da época da sua vida, pois, a velhice não é caraterizado só por perdas e limitações. Embora a probabilidade de doenças e limitações biológicas seja maior, é possível manter e aprimorar a funcionalidade nas áreas físicas, cognitiva e afetiva. Mesmo pessoas comuns podem alcançar alto nível de especialização em domínios selecionados da inteligência como a memória e a solução de problemas.
O sociólogo António Barreto refere que os idosos não deveriam ser "obrigados" a reformar-se ou até "proibidos" de exercer as suas funções, como conta já ter acontecido. Barreto defende que "a idade da reforma possa ser adequada à saúde das pessoas, ao desejo das pessoas, à liberdade de escolha, às possibilidades do empregador e das empresa (www.publico.pt/.../antonio-barreto-critica-idade-de-reformacit. por Ana Rita Duarte (15/06/2011)
Dulce Pereira Correia
BIBLIOGRAFIA
DUARTE, Ana Rita www.publico.pt/.../antonio-barreto-critica-idade-de-reforma (15/06/2011).
GIATTI, L, Barreto S. M. Saúde, Trabalho e Envelhecimento no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2003.
LOPES, R.G.C. Saúde na velhice: asinterpretações sociais: São Paulo, EDUC, 2000.
LUFT,L. Perdas & Ganhos. Rio deJaneiro; Record 3.ed. 2003.
MARQUES, Sibila, Discriminação da Terceira Idade, Fundação Francisco Manuel dos Santos,Março 2011.
NASCIMENTO, Roberta Lopes, Atualidades sobre o idoso no mercado de trabalho, wwwpsicologia.com.pt (29-08-2006).
NÉRI, AL, Psicologia do Desenvolvimento, São Paulo: Papirus, 2000.
SANTOS, Maria Luísa Taveira Costa, A criatividade na Idade Maior, Dissertações de Mestrado, Faculdadede Ciências Sociais e Humanas, Set-2010.